Albion

O outrora próspero reino de Albion enfrenta 15 anos de guerra que deixa o Povo multilado e miserável. As cidades e aldeias se tornaram ruinas e muitas estão abandonadas. A terra se tornou infértil e onde deveriam haver cobertores brancos ou multicoloridos de cereais e frutos maduros prontos para serem colhidos há apenas terras queimadas cobertas de ervas daninhas e abandonadas. Assim como as cidades que antes viviam abarrotadas de pessoas onde as crianças corriam e brincavam o tempo todo e os homens elevavam suas vozes para se fazerem ouvir por sobre o burburinho comum das ruas, agora se encontram vazias e descuidadas tendo como moradores muitas mulheres viuvas e crianças órfãs, velhos em demasia e homens aleijados.

Detrás das ruas vazias e sujas se estende o Castelo de Harbra, sombrio e ameaçador. No salão que outrora vivia repleto de cortesãos e convidados sempre colorido e iluminado o rei está só em seu trono no salão escuro e silencioso.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

CRÔNICAS DA SUCESSÃO - VOLUME 1

CAPÍTULO 4 -DEMÔNIOS

Os dois viajaram por dois dias até chegarem em Zazie onde encontraram uma cidade rica e próspera, com uma população razoável e muros e fazendas inteiras. Estiveram com Lacross, o comandante da cidade que recebeu deles a carta e os deixou a vontade para passear e conhecer a cidade. Vieri e Auditore se surpreenderam com o quão pouco a cidade foi afetada pela longa guerra, e Vieri tratou de fazer negócios com o taverneiro. E no dia seguinte receberam uma correspondência de Lacross para ser levada a Alcântara. Eles partiram depois de uma rápida ceia e cavalgarm um dia acampando durante a noite até as proximidades da divisão da Estrada Real que a sul levava a Giddeon e a norte a Alcântara.
Naquela parte da Estrada foram emboscados. Vieri percebeu a aproximação de cavalos antes de Auditori, mas esse foi mais rápido e se embrenhou no mato enquanto Vieri ainda se dirigia para fora da estrada. Porém um grupo de soldados de Hyllestad fizeram a curva na estrada e o viram. Se dirigiram até ele e o desarmaram e amarraram as mãos de um mensageiro educado e velho. E procuraram pelos dois outros mensageiros. Enquanto isso Auditori permanecia escondido, armado e observando imaginando o que poderia vir a acontecer e qual seria seu papel. Depois de um tempo, ao pôr do sol, Auditori escutou o som de cavalos vindo pela estrada, Vieri não percebeu nada e um dos soldados deu um alerta começando a reunir o bando.

Enquanto isso Henrique III que havia voltado para Alcântara com Allys e Ryan após um dia de descanso e permanecido mais dois se recuperando e então convocado às pressas pelo comandante juntamente com Summers, Prado e outros soldados para investigar uma movimentação de um pequeno grupo de soldados inimigos que se dirigiu durante a noite para leste pela Estrada Real. Portanto quando  Seu grupo de soldados  fez a curva da estrada a galope tendo Henrique III  a frente com a lança pronta e o sol avermelhado às costas pareceu um milagre. O soldado de Hyllestad mais distante na estrada teve suas costelas quebradas e afundadas no peito e foi lançado violentamente metros atrás no chão. E teve início o combate.

Nisso o comandante dos soldados de Hyllestad os comandou pro combate deixando um soldado  tomando conta do refém. Auditori do seu esconderijo acertou um tiro de virote nas costas do soldado que se virou para discutir com  Vieri e por ele foi provocado tanto que lhe bateu no rosto várias vezes até decidir perseguir o seu prisioneiro que saiu correndo com as mãos atadas em direção a floresta, mas antes de alcansá-lo foi morto pelos tiros de Auditori que lhe acertou em cheio na testa. Depois disso o comandante inimigo voltou para o prisioneiro e tentou entender o que houve, mas foi irritado por Vieri que começou a escapar-lhe dando voltas e passando por baixo das pernas do cavalo do soldado morto até que vieram em seu auxílio mais um virote de Auditore que cortou o ar assobiando até o peito do comandante e então a lança de Henrique III. O combate acabou com o grupo tendo quatro prisioneiros de Hyllestad, dois dos quais foram mortos ali para não dar trabalho e os demais seriam então levados para Alcântara para interrogatório. Encontraram também uma carta dentre os pertences do capitão inimigo, além de algum dinheiro entre os soldados e os cavalos que foram levados. Depois de pouco mais que meio dia de cavalgada chegaram na cidade e a descobriram sendo cercada e se preparando para mais um ataque. Summers, Prado e Henrique III foram para o combate enquanto Vieri e Allys com um ajudante ficaram por conta de decifrar a carta que se encontrava codificada. E Auditori se preparou para assistir a batalha do andar mais alto do prédio da guarda.

A batalha começou pouco antes do por d sol. E os que estavam no trabalho de decodificar a carta escutavam o reverberar do aríete inimigo contra o portão que podia ser escutado em toda cidade. E escutavam os gritos e sons das armas em choque espalhando morte e desespero. Henrique que estava na muralha atirava flechas nos combatentes inimigos que tentavam se aproximar da muralha e empurrava as escadas daqueles que próximos à ele tentavam escalar para dentro da cidade. Ao seu redor muitos foram feridos ou mortos por flechas e um ou outro inimigo conseguiu escalar a muralha. O portão foi destruído e uma nova batalha começou dentro da cidade. Henrique continuou  na muralha e em determinado momento algo do lado de fora da cidade lhe chamou a atenção. Vários metros atrás do exercito inimigo uma figura encapuzada lhe prendeu a atenção e sem saber porque não conseguia desviar os olhos. Então quando a figura começou a gesticular e suas mãos a emitirem uma luminosidade ele sentiu os pelos do seu pescoço se eriçarem e um frio na barriga. Nas mãos do encapuzado um clarão forte se fez em seguida algo atingiu a muralha abrindo uma grande fenda e seguido por um som estrondoso como de um trovão que fez toda a cidade tremer. Muitos perderam o equilíbrio e caíram do alto da  muralha e a bruxaria matou inimigos com a mesma impiedosidade que matou aliados. Mas a brecha era o suficiente para que entrassem na cidade.

Na guarnição Auditori que assistia o que podia da batalha viu o clarão e a explosão que atingiu e abriu a muralha. Dois andares abaixo Allys e Vieri sentiram o chão tremer e diversas coisas como copos garrafas e velas foram jogados no chão. Como um mal presságio do que acabaram por descobrir da carta. Todo o conteúdo não foi decifrado e nem daria tempo. Decidiram que partiriam imediatamente pois um plano de ataque ao rei já estava em andamento e aconteceria na segunda noite a partir daquela na primeira lua cheia do mês. Com o consentimento do comandante Gundar reuniram Summers, Prado, Henrique e mais dois soldados para partir imediatamente. Quando Henrique foi encontrado por um soldado com o recado ele já estava montando. Mandou dizer que ficaria ali e garantiria a partida dos amigos. Ele então saiu e contornou a batalha em procura do feiticeiro que destruíra a muralha e provavelmente provocara a queda de Alcântara. Cavalgou por todos os lados procurando e até mesmo se aproximou de um acampamento inimigo e nada encontrou então voltou para a cidade, desmontou próximo à brecha e por ela entrou atacando seus inimigos por trás. Foi uma eternidade para um homem, muitos morreram sob sua espada, mas o número maior de inimigos prevaleceu e ele morreu em combate com a espada na mão. Para o exército em combate, foi um breve momento.

O grupo cavalgou para fora da cidade o mais rápidamente possível para se distanciar da batalha e pouco a pouco o som do combate diminuiu até desaparecer por completo e eles conseguirem diminuir a marcha para um ritmo que os cavalos conseguiriam manter por muito tempo. Foi justamente quando se afastaram e acalmaram que uma sensação  de sufocamento e  temor tomou conta de todos, sem saber ao certo a razão todos se tornaram assustadiços e apreensivos. Quem primeiro percebeu foi Auditori. A lua estava quase cheia e o céu estava limpo porém seu caminho estava escuro e pouco era possível ver ao redor. Todos escutaram um horrendo guinchar e Vieri pôde ver de canto de olho um vulto passando velozmente ao seu lado e se batendo contra  o soldado que ali cavalgava que foi carregado para escuridão atrás emitindo gritos de dor e se distanciou rapidamente pela movimentação do cavalgar sem que ninguém pudesse perceber o que estava acontecendo. Mas depois disso todos puderam perceber com certa clareza o que julgaram ser o bater de asas. Vieri olhou para o alto e viu apenas uma cortina de escuridão tão densa quanto uma névoa e vultos se movimentando ao alto. Com um grito ele ordenou que todos se embrenhassem no meio da mata ao redor da estrada.

Chegando na mata não puderam deixar de se separarem. Vieri foi atacado por uma dos demônios alados que com suas patas inferiores se agarrou a sua armadura rasgando onde suas garras se prenderam com facilidade e cortando-lhe a carne. Auditori teve mais sorte e conseguiu ver com antecedência o ataque e se protegeu e acertou o monstro. Ambos sem poder ver mais ninguém por causa da escuridão enfrentaram os demônios cuja presença os fazia congelar o sangue e o guinchar causava dor de cabeça. As criaturas voavam por sobre eles e então desciam em rasante tentando acertar-lhes o rosto ou pescoço com suas garras. Foi quando um bateu asas para se manter no ar em frente a Auditori e quando um se agarrou ao peito de Vieri que viram com clareza a aparência dos demônios: pele escura e grossa, corpo esguio e esquelético, asas negras de pele fina, chifres curtos na cabeça, caudas longas , um aspecto meio bípede meio quadrúpede e olhos que refletiam qualquer luz com um brilhar rubro. Com dificuldade e não sem se ferirem conseguiram abater os demônios com os quais lutavam e gritaram para se agrupar seguindo a voz um do outro. Domenic chegou até Allys, Summers e Prado que estavam juntos haviam acabado de ascender tochas para se localizarem e espantarem as criaturas. Já Cristian seguiu a voz errada e se deparou com um demônio que estava imitando a voz dos companheiros. Lutou com ele e por pouco não foi morto conseguindo com seus disparos velozes ganha vantagem contra o demônio antes que ele conseguisse atacá-lo e quando esse se abateu contra ele ferido-o ainda mais bastou um golpe final para tirar a sua vida. Então se levantou e viu a luz e conseguiu se reunir ao restante do grupo que estava cercado por um bando de inimigos demoníacos e juntos conseguiram abartê-los. Depois disso deram falta de um dos soldados e procuraram-no por um bom tempo até o encontrarem caído morto no meio da mata com um demônio devorando suas entranhas. Eles afugentaram o demônio que saiu voando com uma flecha nas costas mas escapou. O céu estava claro agora e podiam ver a lua e as estrelas.

Cavalgaram a noite toda e o dia inteiro parando raramente e quando paravam por pouco tempo até que chegaram a cidade de Dunar onde conseguiram auxilio do comandante Shase que lhes concedeu cavalos descansados e provisões a após duas horas da chegada partiram novamente com o mínimo de descanso. Atravessaram a Floresta dos Elfos onde uma chuva gelada caiu sobre eles e chegaram à Harbra com a lua nascendo. Se detendo o mínimo possível para explicações percorreram as ruas da cidade em galope na direção do castelo. Lá foram guiados por um servo que lhes fizeram entrar pelo salão de recepção e então para o pátio interno que da passagem para a sala do trono no terceiro andar. Quando subiam correndo as escadas do segundo andar os grupo que era acompanhado por alguns soldados do castelo pôde escutar o familiar bater de asas, mas os soldados do castelo não entenderam do que se tratava até ser tarde demais. Os dez homens do castelo que seguiam com eles foram cercados por demônios que os atacaram ferozmente. No salão do trono encontraram o Rei com cinco de sua grada pessoal, dentre eles um elfo, combatendo demônios e um homem vestido com um rubro manto coberto de signos maléficos murmurando e gesticulando. Vieri que estava na frente se pôs a correr em sua direção mas foi interrompido por demônios, Auditori, Prado e Summers entraram logo atrás e travaram combate com demônios. Com dificuldade Cristian foi abrindo caminho até o feiticeiro que por sua vez com sua magia negra fez surgir espinhos de ferro pelo chão de todo salão que rasgava as armaduras e carne dos combatentes e impediu alguns dele se se movimentarem. O feiticeiro foi atacado mas as armas após sofrerem resistência de uma força invisível que o protegia pareciam não surtirem efeito. Ele tocou a lança com a qual Vieri tentava penetrar sua carne e através dela provocou um terrível choque no arqueiro. Até que por fim o feiticeiro desapareceu e por um momento todos procuraram até que ele surgiu atrás do rei e o tocou e seu toque queimou-lhe a alma provocando uma fumaça invisível que distorcia a visão e a pele real foi se esticando e rasgando como a pele de um cadáver. Ele berrou de dor por um tempo um berro que se fez sentir por todos um pouco da sua dor e então caiu sem vida e o feiticeiro desapareceu novamente. O elfo correu até o rei para ampará-lo com esperança que ainda estivesse vivo. Os demônios restantes foram mortos ou fugiram. Era o fim de uma era.

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